Opinião: o futuro do mercado de duas rodas é elétrico
Quem não tem acompanhado as notícias de aumento em cima de aumento da gasolina e do diesel? Com os recentes aumentos e o alto consumo de combustíveis fósseis, tanto no Brasil quanto no exterior, o futuro do mercado de duas e quatro rodas é, definitivamente, elétrico.
Não é de hoje que motos, Scooters, carros e caminhões dependem de combustíveis fósseis para movimentar a economia. Mas com a escalada de preços tanto no mercado interno quanto externo tem feito as pessoas e também as empresas procurarem alternativas, ou seja, produtos que funcionam principalmente com energia elétrica.
Nos últimos anos, houve também um aumento no número de motoristas e entregadores por aplicativos, e esses trabalhadores precisam gerar um certo lucro para sua sobrevivência.
Com o combustível caro, eles precisam de outra alternativa que não seja o combustível fóssil, e é nesse caso que entra a opção do veículo elétrico. A moto elétrica e a Scooter elétrica tem se tornado uma ótima opção para esses trabalhadores, mas ainda não há tantas opções no mercado brasileiro. Grandes marcas não possuem produtos nessa categoria, e nem divulgaram (se é que possuem) seus planos para os próximos anos.
Atualmente, temos apenas a Shineray, a Voltz Motors e a Bull Motors disponibilizando seus produtos aos brasileiros. Os preços das suas motos elétricas, por exemplo, já estão bem próximos de um modelo à combustão. Além disso, já conseguem entregar uma autonomia razoável, que permite realizar entregas em determinada região. Isso sem falar na possibilidade de serem utilizados como meio de transporte sustentável.
A Shineray, por exemplo, está lançando a SHE 3000, focada no entregador por aplicativo. Outra que aposta no setor é a Voltz Motors, que fez parceria com o iFood para uso da sua moto elétrica EVS. Já a Bull Motors possui scooters elétricas pensadas para uso no dia a dia, uma opção de meio de transporte amigo do meio ambiente, como a ÍON Eko Hunter, por exemplo.
Tudo isso acontece sem a participação efetiva do governo na concessão de incentivos, como redução de impostos, financiamentos etc. Precisamos de políticas que favoreçam a instalação de novas montadoras de veículos elétricos no Brasil. Há também necessidade de incentivo no desenvolvimento local da tecnologia, além de implantação de rede de recarga.
Fim dos veículos à combustão
O Brasil não pode ficar de fora desse mercado que, em países desenvolvidos, já encontra-se em fase bem avançada, com metas de eliminação de veículos à combustão em médio prazo.
Países em desenvolvimento, como a Índia por exemplo, também já decidiram banir seus veículos de duas rodas à combustão. Por lá, o desenvolvimento de novos modelos elétricos é uma realidade. O caso mais recente é o da Startup Ola Electric, que gerou um ‘frenesi’ no mercado, com o lançamento da Scooter elétrica Ola S1.
Enfim, a moto e scooter elétrica são dois produtos que vão fazer parte do nosso dia a dia num futuro próximo, e precisamos que os governos adotem medidas para que essa realidade chegue o mais rápido possível.
O Brasil não pode parar e o veículo elétrico pode – e vai – nos livrar da dependência do petróleo, que um dia irá acabar.
Opinião de Marcelo Souza, proprietário do site Moto Elétrica Brasil, formado em Ciências Contábeis e apaixonado por motos e tecnologia.