Ducati já produz moto elétrica que será utilizada na temporada 2023 da MotoE
A Ducati divulgou que já iniciou a produção da moto elétrica esportiva ‘V21L’, modelo que será utilizado na temporada 2023 da MotoE, a categoria de corridas de motos elétricas da MotoGP.
No total, 23 unidades estão sendo produzidas, cobrindo o total de motos que disputarão as corridas (18 unidades), mais 5 unidades de reserva, e todas elas estarão disponíveis na metade de fevereiro, dando tempo para dois testes de pré-temporada antes da estreia no GP da França, em 13 de maio.
De acordo com a empresa, este projeto nasceu com o objetivo de desenvolver competências para o seu futuro, mantendo a abordagem que sempre alimentou o DNA da Ducati: experimentar soluções tecnológicas no mundo das corridas e trabalhar para que tudo o que é desenvolvido nesta área possa depois ser utilizado em motos destinadas para entusiastas de todo o mundo. Para eles, foi criada a motocicleta elétrica mais tecnológica, refinada e sofisticada do mundo, resultado do trabalho conjunto dos engenheiros de P&D da Ducati e da equipe Ducati Corse.
Claudio Domenicali, CEO da Ducati: “O início da produção da Ducati MotoE é um momento histórico para nossa empresa, que com este projeto está estudando profundamente as tecnologias do futuro para o mundo do motociclismo. É uma importante área de experimentação, na qual estamos investindo para construir know-how, para estarmos prontos quando a tecnologia das baterias permitir a criação de uma emocionante bicicleta elétrica de estrada com o peso, o desempenho e a autonomia que os entusiastas esperam de uma Ducati. Estamos, portanto, embarcando nesta nova aventura com o objetivo de desenvolver as pessoas e as habilidades dentro da empresa para moldar o caráter de uma futura moto elétrica de estrada da Ducati. O projeto MotoE representa um passo decisivo para a Ducati contribuir para a redução das emissões de CO2 do lado do produto, juntamente com a pesquisa de combustíveis sintéticos (eFuel) que podem reduzir a zero as emissões totais de CO2 dos motores de combustão interna. A sustentabilidade ambiental é algo que todos os indivíduos e todas as empresas devem considerar uma prioridade para preservar o delicado equilíbrio do planeta. A Ducati aposta nisso também a nível industrial, e a construção da nova zona de ‘Finitura e Delibera Estetica’ classificada como ‘Nearly Zero Energy Building’ é apenas o exemplo mais recente”.
Como é a moto elétrica da Ducati para a MotoE
Chamada de protótipo ‘V21L’, a moto elétrica da Ducati envolveu vários profissionais da empresa, de designers a engenheiros, para no fim ficar com um peso total de 225 kg. São 12 kg a menos do que os requisitos mínimos impostos pela Dorna e FIM para a MotoE.
Já no quesito potência e torque, o modelo entrega o máximo de 110 kW (150 CV) e 140 Nm respectivamente, que permite atingir uma velocidade máxima de 275 km/h.
A bateria é gigante e usa praticamente toda a parte central da moto. Ela é formada por 1.152 células cilíndricas do tipo ‘21700’, pesa 110 kg e oferece uma capacidade de 18 kWh com uma tomada de carregamento de 20 kW integrada na cauda. A caixa de fibra de carbono da bateria também atua como uma parte estressada do chassi.
Além disso, o inversor de 5 kg é uma unidade derivada de um modelo de alto desempenho usado em automobilismo para veículos elétricos.
O motor elétrico pesa 21 kg, possui uma rotação máxima de 18.000 rpm, e foi desenvolvido por um parceiro seguindo as especificações técnicas fornecidas pela Ducati.
De acordo com a empresa, todo o sistema é baseado em uma tensão de 800V (com uma bateria totalmente carregada) para maximizar a potência do motor e, como consequência, o desempenho e o alcance.
No quesito suspensão, a Ducati ‘V21L’ possui um garfo invertido pressurizado Öhlins NPX 25/30 na dianteira, derivado da Superleggera V4, e um amortecedor Öhlins TTX36 ajustável na traseira.
Por fim, o sistema de freios é fornecido pela Brembo e está dimensionado para os requisitos específicos da Ducati MotoE. Na frente é composto por disco duplo de aço com diâmetro de 338,5 mm, e na traseira um disco único de 220 mm.
Enfim, não podemos dizer que o mundo elétrico é totalmente novo para a Ducati, já que a empresa sediada em Bolonha na Itália possui uma linha de bicicletas elétricas de alto desempenho. Mas, agora com uma moto elétrica de competição, a marca pavimenta seu caminho para uma moto de produção no futuro.
fotos: divulgação